O Menino do Chapéu Preto
O menino do chapéu preto
Surfando na onda dele mesmo
Na tempestade que ontem não veio
São as mesmas coisas de sempre
Sempre o mesmo romantismo
Sempre o mesmo menino
O espelho continua refletindo uma face estranha
Esse respirar, esse andar
Quem é esse cara?
Essa barba mal crescida, essas tatuagens, esse cabelo bagunçado
De onde surgiu tudo isso?
Ele tem força, vontades, tempestades dentro de si
Caminha pelo mundo procurando respostas, se enchendo de mais e mais questões
Onde estou agora?
O céu é tua estrada, uma pequena é sua chegada, um cigarro tua fantasia
Quais são os motivos?
Subiu as montanhas mais altas, lutou a vida toda contra seus dragões
Viu princesas e princesas, passou por todos os lugares, mas ele nem sabe a verdade
De que serve essa espada e essa força?
Fez de si uma maquina sangrenta, matando sonhos pelo mundo, destruiu tudo e muito mais
Onde ela esta agora?
Brincou com a guilhotina da vida, limpou os dentes com os fios da morte
Perdeu os sentidos, vive mentindo pro destino, se diz feliz sem ter coração
Posso acender a luz?
Além do horizonte, com seu Robertão falando de amor e dor nos ouvidos
Devo viver fingindo?
Sete cordas, espadas em cada nota, chapéu preto e coisas mortas
Sua paz interior vendeu pra comprar um prazer, se perdeu e não consegue ver
Segura minha mão?
1,2,3,4,5,6,7 pecados, nenhum amigo pode se aproximar, ele só pensa em solidão
Será verdadeiro ou é liquidação?
Ele é agora um brinquedo do medo, um vagabundo mudo, um cara sem acertos
O menino escorpião precisa achar a saída, viver o dia, dormir nessa batida
Ele sabe o que é certo?
Dizendo pra si mesmo que a solução é o fim, chapéu ao chão, sangue cinza, o vento
Voltei pra ti, sei que sumi sem motivos mas estou aqui
Vi o vermelho tomando conta do meu ser, não quero mais ser assim
Esse perdão existe?
Matei os mundos do meu mundo, sacrifiquei meus segundos, tudo quimera
Posso ter sua mão de volta, minha bela Dulcinéia?