GENTE SIMPLES
Cabisbaixos, pensativos, passos lentos!
Assim eles passam, com chinelos nos pés.
Boné na cabeça, bermudas surradas,
Pernas ressecadas pelo sol à pino.
Lá vão eles, rumo ao mar.
Remando seus barquinhos.
Com a certeza de enchê-los com peixes,
Para garantir o pão,
Para o sustento da família.
E garantir o pileque.
Lançam suas redes,
Ignorando o estrago que isto faz.
Ignorando o futuro escasso, pelo seu ato.
E suas bóias à noite, iluminam o mar.
Parecem estrelas caídas do céu.
Não têm outra saída.
Ou assim fazem, ou morrem de fome!
E de “sede”?
Sedentos de sonhos, de conforto,
De felicidade, de vida!
Olha o peixe fresquinho!
E a vida segue, simples assim.
Sem progressos!