Dois Lados do Mesmo Espelho

A vida é um movimento constante. Por mais rotineiros que sejam nossos dias, por mais que saibamos como tudo vai acontecer, sempre há algo que não se repete.

Há sempre isto ou aquilo que vai te levar a uma situação inusitada, uma mudança de pensamento ou comportamento.

Edson Marques disse em um dos seus textos que eu mais gosto; “Só o que está morto não muda”.

Levando em conta essa afirmação, penso que a mudança é das atitudes mais difíceis e grandiosas que alguém pode assumir em sua vida. Há pessoas que têm facilidade de adaptação, de compreensão e aceitação. Mas continuam insistindo num padrão. Para alguns, mudar significa exposição, demonstração de fraqueza.

Mudança é sinônimo de coragem. É despir-se da vaidade, do orgulho e muitas vezes da intransigência e inflexibilidade instaurada no espírito ao longo de muitos anos acreditando naquilo que foi imposto por leis, por crenças, por pessoas.

Conhecimento é crença e é totalmente relativo. A filosofia do conhecimento como poder. O Poder é a Verdade. A Verdade é Sabedoria. Mas até que ponto? Qual a verdade em que está descrita e fundamentada a sabedoria que leva ao poder?

Não existe verdade senão aquela que cada um de nós carrega em si. A sua verdade jamais será igual à minha e é isto que torna a vida cheia de interrogações sem respostas exatas. A beleza particular de cada ser está aí. Na maneira de absorver de forma diferente um mesmo fato.

E é nesse aspecto que a mudança se torna atuante. Ela á a chave para mostrar-nos o caminho de tentar interpretar à maneira do outro aquilo que antes víamos a frente como se estivéssemos adornados por um cabresto. Para mudar é necessário um mergulho profundo dentro de si e saber que qualquer mudança que ocorra externamente num instante, já se instalou dentro de você há muito tempo antes.

Toda mudança vem sinalizada por uma inquietação. Uns mudam os móveis de lugar, uns começam uma dieta, uns cortam o cabelo. Não importa.

O que é certo é que tudo acontece num caminho de mão única: o de dentro para fora.

Fernanda Vaitkevicius
Enviado por Fernanda Vaitkevicius em 19/10/2008
Reeditado em 10/11/2008
Código do texto: T1236372
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