O PECADO, DEUS E VOCÊ!

Exitem algumas passagens bíblicas que nos deixam com um ponto de interrogação do tamanho do céu. Uma delas é a passagem de 2 Corintios 12:7, onde o missionário Paulo fala sobre o seu Espinho na carne. Saber ao certo o que ele quis dizer seria muita pretensão de minha parte, no entanto deixo tal discussão para os nossos amigos Teólogos que adoram gastar tempo com tais assuntos.

Paulo confessa que tal espinho era importante para que sua auto-exaltação fosse controlada. Esta passagem muito me inspira, pois há tempos venho pensando acerca do pecado.

Quando Deus nos criou, tinha total conhecimento que nós humanos pecaríamos. Pensar de forma contrária é negar a onisciência de Deus. Afinal ele nos criou com uma estrutura psicológica capaz de discernir entre o bem e o mal, se assim não fosse não haveria propósito para tentação da serpente, pois a mesma não tentaria alguém que não se apresentasse como alvo em potencial. Desde então o pecado tem sido companheiro do homem, a bíblia nos diz que “todos pecaram”.

Afinal qual é a relação entre Deus, o pecado e o homem? Desde sempre somos bombardeados por livros, sermões, orações e reflexões que afirmam que o pecado afasta o homem de Deus. Esta afirmação trivial é praticamente inabalável em nosso meio. Mas eu contesto tal afirmação. Contesto e afirmo que: o pecado nos aproxima de Cristo. Não há outra maneira de nos achegarmos a Ele se não via pecado. O pecado ou espinho na carne é a maneira mais eficiente de nos tornarmos dependentes da graça. E mesmo sendo nós pecadores, às vezes extravasamos nossa arrogância através da busca de santidade. Chegando ao ponto de julgarmos o próximo, apontando seus pecados, cobrando do outro o jejum e oração, . Paulo também se enveredou por essa arrogância que teve seu ápice na afirmação: “Sejam meus imitadores assim como sou de Cristo”. Embora alguns encontrem contexto diferente, a frase é clara. Mas o mesmo Paulo também afirma: “Aquilo que quero não faço, e o que não quero isto faço.” Quando Paulo se vê frente a frente com o espinho na carne, a sua arrogância se esvai, seu egocentrismo se desmonta e então se abre a porta da graça e misericórdia.

Este é o ciclo que nos mantém em aliança com Cristo, é o que nos leva diariamente a conversar com o pai: o perdão de nossos pecados. Se o homem não pecasse, com certeza ele não precisaria de Deus, e o seu perdão seria inútil.

Quando nós cristão entendermos que o nosso espinho na carne é o elo de ligação com Deus, estaremos mais pertos de alcançarmos sua santidade.

Samuel Boss

samuel@limao.com.br

Samuel Boss

Publicado no Recanto das Letras em 16/10/2008

Código do texto: T1230959

Samuel Boss
Enviado por Samuel Boss em 16/10/2008
Código do texto: T1232576