Manhã de Outono
Silencioso penar da minha manhã de outono, mascarado por sorrisos...
Longo e inacabável dia...!
Às vezes penso até que lembre-te, mas não permito-me mais a ilusão.
Apenas sei do meu sofrer, mas nem dele quero mais saber.
Quem dera pudesse ainda ter a fantasia de teu fingimento... piedosa dose de morfina que adormece minha angústia.
Tento de qualquer forma que seja aliviar essa incansável espera estúpida e infinita.
Tenho tua superficialidade e de repente me pergunto se satisfeita (?!)...
Temo que nunca canse de mendigar tua dose de misericórdia.
Nem sei mais o que esperar de ti... talvez, absolutamente nada, ou quem sabe mera educação.
Cultivei-me a lágrimas e temperei-me com sofrimento, porém minha face agora é dura e frígida, o reflexo de minh’alma.
Minha pressa já nem existe... corri no tempo e joguei fora o que me restava de ilusão.
Agora já nem espero...
apenas espero!
(...) que o tempo passe.