Padrão de beleza e a exclusividade

Se fizermos uma eficiente análise da história descobriremos que o padrão de beleza é construído a partir do fenômeno da exclusividade, ou seja, àquele que é raro confere o título de belo.

Antigamente, havia pouca comida, a arte da culinária era muito pouco desenvolvida. Comia-se carne crua e faziam-se no máximo duas refeições ao dia. Naquela época, ganhar peso era difícil; poucas eram as pessoas gordas e assim se formava um padrão de beleza.

Convencionou-se que o homem mais gordo e mais alto era o mais forte e que a mulher com as ancas mais largas eram as mais férteis. Por isso, era bom ser gordo. A gordura foi tida como sinônima de saúde e beleza por muitos e muitos séculos. O gordo era saudável, belo e, mais do que isso, invejado.

Com o passar do tempo, a culinária foi se aperfeiçoando e uma gama enorme de alimentos altamente calóricos foram surgindo no mercado. Os povos foram se sedentarizando, ou seja, o nomadismo já não era mais comum. As pessoas nasciam, cresciam, se reproduziam e morriam num só lugar. Não viajavam, não exploravam o território. As aldeias começaram a crescer acompanhadas com as técnicas de cultivo e criação de animais. Surgiram-se festas, comemorações, carne assada, frutas, vinho. Quando quisesse ser gentil, dava-se comida à outra pessoa.

Nesse contexto, dá pra perceber que a minoria era magra e, portanto, a minoria era bela.

Concluindo, em todos os momentos da história, a beleza é (e sempre será) atribuída a um grupo de pessoas que se diferenciam da maioria. E quem fabrica esse modo de pensar e classificar o que é belo e o que não é? As próprias pessoas.