Outubro

Esse cheiro forte de terra molhada...lembra-me certas coisas, que há tempos, tenho saudade...

Rebeca. Ainda acho que tem uma parte dela em mim, mesmo que não seja tão visível como antes. O instinto. Insônia.

Há tempos, que não passo noites em claro, não como há um ano atras...um ano...quanto tempo!

E parece que foi ontem que tudo aconteceu. Lágrimas. Duas vidas e dois destinos desviados de seu percurso. Natural.

É estranho, mais sinto falta da adrenalina que outrora corria em minhas veias. Loucura. Aquela ânsia por palavras, escrever e escrever, freneticamente. O tempo não pára.

Vez ou outra, Rebeca faz uma aparição, preenche cada vazio do meu corpo e derrama todo o sentimentalismo oculto em pensamentos, textos aleatórios que sempre ficam presos na prancheta no canto da escrivaninha. Esperança.

Aquela vida de notívaga, sonhadora e pescadora de ilusões foi dobrada, amarrada e jogada dentro de um saco preto. Colocada e esquecida no fundo de um baú. Passado.

Um ano. Um 2007 estraçalhado. Um 2008 esperançoso...e triste. Melancólico.

Já é primavera, os ypês tomam conta das calçadas, ruas e avenidas, espalhando a beleza de suas cores (roxo, amarelo e rosa) e irradiando alegria por toda a cidade. Uma beleza que eu não mereço. Uma beleza que contrasta com a minha podridão.

Outubro...um mês que será marcado para sempre, por diversos motivos.

Um mês, em que destrui um laço, fiz uma promessa, tomei uma decisão, e mudei não só a minha vida, como a de mais algumas pessoas.

E tudo isso aconteceu, há um ano atras...

...terra.