as "razões" do coração.

Diz Blase Pascal:

"O coração tem razões,

que a razão desconhece".

Lembro-me da primeira vez que li este pensamento do filósofo Pascal, era uma aula de psicologia, onde estudávamos a psique voltada para o viver comunitário no seminário salesiano.

Reli esta diversas vezes, depois estudei a filosofia do pensador e pude perceber que há dois "espíritos" (perceba as aspas), um spirit de finesse e o outro de geometrie, ou seja, traduzindo do francês: o primeiro sendo o espírito de fineza, de certa sutileza e sentimento ao lidar com a vida; sendo aquela forma de cultivar a espiritualidade, a ética, o compromisso com os outros... tendo uma leveza e dom ao lidar com o nosso ser e com o próximo; já o de geometria, é ligado a razão especulativa, é a matemática, a ratio (razão em latim), o empreendorismo consciente visando as possíveis causas e consequências.

Pois bem caros leitores, temos estas duas "formas" de vivermos e sermos, podemos refletir que a razão por si só se torna algo "incompleto", o homem é também pathos (sentimento), por outro lado, somente o sentimento pode nos levar a ruina, então sugerimos sermos como Aristóteles e buscarmos a justa medida (conferir na obra: ética a Nicômaco), lembrando sempre que o spirit de finess é algo de fino, sutil, como diz Shakespeare: "compreender com os olhos é um atributo da fina sutileza da coração". Que possamos refletir sobre a filosofia e procurarmos nossos próprios caminhos! Que assim seja!