Liberdade, Nietzsche e Jesus.

Segundo o filósofo Nietzsche:

"Jesus disse a seus judeus: 'A lei era para servos - amem a Deus como eu o amo, como seu filho! Que nos importa a moral, a nós, filhos de Deus!".

(na obra Além do bem e do mal, aforismo número 164).

Diante do pensamento nietzschiano, nos interrogamos: será o que o pensador queria dizer com esta frase? Iremos, humildemente, tentar comentá-la. Jesus foi um homem completamente livre diante das inúmeras leis e obrigações sociais que são impostas por tantos meios, mas que não nos engrandece como seres humanos. Porém, diante da cultura (que não rebaixava o valor do homem) tinha uma posição tranquila, frequentava festas, basta lembrarmos das Bodas de Caná e seu primeiro milagre, conversva com diferentes estilos de pessoas e culturas, para isto citaremos o diálogo com uma mulher Samaritana, e vencendo dois preconceitos da época: a questão da mulher e a cultura, (os judeus não eram muito amigáveis com os samaritanos) e tinha uma liberdade imensa pois sabia de sua filiação divina, podendo fazer curas aos sábados, mesmo entrando em conflito com a religião oficial.

Diante destes aspectos refletimos que Jesus tinha (para a cultura cristã tem) um "jeitão" todo especial, alguém que chorava diante da morte de um amigo, que olhava nos olhos de seus próximas e sabia amar a vida de um modo todo genial. Pois bem, fizemos uma breve reflexão sobre Cristo, mas e Nietzsche este grande crítico, dionisíaco e grande filósofo? Para os admiradores de sua filosofia pode parecer estranho comentar sobre a figura cristã, mas não podemos negar este aforismo. Sim! Ele admirou a liberdade que Jesus demonstrou em sua vida, e Nietzsche também quis esta liberdade diante da cultura alemã do séc. XIX, diante de tantas morais e rebaixamentos do ser humano a homens de rebanho, o filósofo disse um NÃO! e reclamou para si ser um espírito livre, dando sentido para sua vivência terrena, sendo um criador, cultivando a "magia" da música, das artes em suas diversas vertentes e "dançando" de uma forma livre e plenamente humana, demasiada humana!

Caros leitores, este aforismo nos leva a pensarmos em nossas formas de vivenciarmos nossas atitudes diante dos nossos preconceitos, fraquezas, resistências, forças, plenitudes, vontades de vida... que o nosso cotidiano nos convoca a darmos uma resposta. Seremos livres ou escravos desta cultura consumista, alienante e desumana a qual vivemos? As respostas são muito pessoais, pois bem, ecolhemos: a viver em plenitude ou sermos mesquinhos?

celofilosofo
Enviado por celofilosofo em 25/09/2008
Código do texto: T1196702