A consciência da escuridao . Ou como pude um dia tombar meu narizinho na palavra ´´porta´´
Falemos do tempo perdido, do tempo investido, no tempo em que pensei em voce dentro de minha vida, e em mim mesma compartilhando a sua. Somos dois tolos apaixonados, brincando numa casa de espelhos de palavras. Para cada letra e palavra que eu formo, vejo uma cópia sua, que me guia, me ludibria por entre esses diversos corredores de memórias. Memórias nossas, pois a ela não devo resposta como devo à sua consciência, ao seu coração, ao seu empertigado senso de dever e cuidados.
A mim, ao seu coração, aos chamados telefônicos de curta e longa distancia, o qual... ouço... conheço... ignoro em delicada e respeitosa ilusão de privacidade. Meu corpo tomba à frente, o peso dessas memórias em minhas costas, fazendo com que eu apóie meu cotovelo na janela e observe o negrume de minha rua... sempre esquecem de trocar a lâmpada.
Teríamos feito o mesmo? Esquecido de trocar as lâmpadas de nosso coração e deixado que nossa alma e esperanças navegassem a esmo, construindo casas e janelas onde poderia muito bem existir apenas um longo e sujo muro, onde podia-se ver pichado em laranja: ”Nois ti vigiamo e tu num axa nois”.
E como me sinto vigiada e ao mesmo tempo solitária. Claro, que no fim, posso estar sozinha o tempo todo e essa presença que criei, essas palavras que persegui, podem ter sido criadas sempre por mim...
Nesse caso, alem daquele muro...seria minha consciência? Ou apenas o reflexo da pessoa que tentei acompanhar?