Versus o Efêmero...

Aquecido por esse corpo frio

Interpretado por rios sem juízo

Constroem-se pontes em cima de navios

Para que ostras atravessem

Agasalhadas por livros

Nas prateleiras dessa estante marítima

Escritos passam

Naufragando em uma ilha estabelecida

Em uma maré que consome a metáfora

Que cristaliza metonímias em praças

No alto de uma delas uma voz ressoa, desgraça.

Dialeto que cria muros

Deixando a imaginação em uma cela

Não deixando

Que uma linda criança

Navegue de uma janela

Folclore hoje foi esquecido

Lendas viraram resquícios

Guardadas em gavetas

Consumidas por poeiras...