Solidão: falta de sentimentos, não de pessoas.
Pensei em diversas formas que eu teria para descrever a solidão. Aí me lembrei de todas as vezes em que me senti, de alguma forma, sozinha.
Antes, quando eu não gostava de filosofar, eu entendia a solidão como o ato de estar sozinho, sem ninguém do lado mesmo, mas daí a solidão se tornaria uma coisa mecânica, não sentimental.
Comecei a me observar e a prestar atenção em todos os momentos em que eu me sentia sozinha e, para a minha surpresa, na maioria das vezes eu estava RODEADA DE PESSOAS. Foi então que eu cheguei à conclusão de que a solidão é um sentimento extremamente subjetivo, que você escolhe sentir.
Ora, não é estranho que uma pessoa possa se sentir sozinha na grande BH em horário comercial? Não é estranho que alguém possa sentir solidão em pleno sábado à noite, dentro de uma boate lotada de gente? E como se explica uma pessoa não sentir solidão dentro de uma Igreja, tendo apenas Deus como testemunha de sua presença?
Percebi que eu me sentiria sozinha sempre que eu escolhesse isso. Percebi que eu tenho tantos amigos e que eles são tão cheios de luz e de presença de espírito, que eu nunca estaria sozinha pois estou em vários lugares diferentes ao mesmo tempo, fazendo, de uma forma ou de outra, parte da vida de alguém.
Não há como explicar o gosto bom de estar sozinho sem sentir solidão. Não dá pra explicar o fato de que sozinho e solidão são sinônimos com significados tão diferentes, talvez por que cada pessoa, com sua subjetividade, dê um significado diferente à solidão que sente. Talvez a solidão seja apenas um sentimento vazio, uma nostalgia momentânea, que ocorre sempre que você está incompleto.
Enfim, percebi, dentre muitas outras coisas, que você pode escolher ser sozinho e não sentir solidão, pois na verdade, a solidão está dentro de você e não na quantidade de pessoas que você tem à sua volta!
A solidão é parecida com um buraco oco e fundo, como uma falta de sentimentos, não de pessoas.
Ser solitário não é ser sozinho; da mesma forma, ser sozinho não é ser solitário. E tudo isso depende da qualidade de pessoas e de sentimentos que você tem por perto, não da quantidade de gente.