Serpente feminina
É dos confins da história da humanidade
Que vem nossa capacidade
De ludibriar a mente alheia
Prender os homens em nossa teia
Assim como a aranha Viúva-Negra
Que assassina seu consorte
Somos corajosas o suficiente
Pra driblar parceiros de grande porte
Queimamos nossos soutiens
Parimos uma população inteira
Trazemos nos lábios sonhos e esperanças vãs
Derrubamos reis e guerreiros em poeira
Com beijos e palavras delicadas
Ganhamos o mundo da confiança masculina
É aí que estão as grandes sacadas
Eles acabam sempre ingerindo muita aspirina
Embora sempre por trás de um grande homem,
Haja sempre uma grande mulher
Ele não deveria confiar
Em quem sempre mete a colher
Se fomos ardilosas o suficiente
Para convencer um homem a servir-se de uma maçã
E depois virar serpente
É prova suficiente
De que somos capazes até mesmo de simular uma paixão
Só para vermos quem nos ofendeu
Deitado, doido, escabelado, no chão.
Não temai, marinheiros, pipoqueiros, jardineiros, reis, dragões, bardos, imperadores...!
Nosso sorriso e nossa voz sempre serão doces;
Nunca conhecerão nossas dores.