Dias maus...
Tropecei no lixo social amontoado na esquina
Da rua da maldade onde nossa humanidade
Com toda sorte de mão de obra mesquinha
Vem edificando seu castelo de horrores
Tramando planos que refletem fétidos amores
Contra nós mesmos armando armadilhas de morte
Com as barbas de molho na essência da crueldade
Que estranho não ter nenhum corpo boiando no rio
E essa semana nenhuma criança foi achada no lixo
Tiramos tantas vidas sem dó ou lamento algum
Pai matando filhos e até mesmo o inverso disso
É estranho falar, mas matar nunca foi tão normal
E alguns até mesmo se orgulham dessas coisas
Hoje em dia não passa de mais uma rotina banal
Apenas lembro de quando isso não era sério
Quando nos assustávamos ao ver no noticiário
Agora isso tudo é tão normal para nós em ver
Que não podemos andar pelas ruas sem temer
Aqueles que deveriam cuidar de nos proteger
Valores invertidos, o errado nunca foi tão certo
Sinto saudade dos tempos em que eu brincava na rua
Jogando bola ou soltando pipa com a molecada
Hoje saímos e não sabemos se vamos voltar
Mas continuamos
Sonhamos com a paz de um calmo Vilarejo
Como é sonhado em canção pela bela Marisa
Quem sabe um dia as coisas vão melhorar
Depende mais da gente do que possamos imaginar
Não podemos mais virar mas sim encarar
A realidade de nossa humanidade insana