Dias maus...

Tropecei no lixo social amontoado na esquina

Da rua da maldade onde nossa humanidade

Com toda sorte de mão de obra mesquinha

Vem edificando seu castelo de horrores

Tramando planos que refletem fétidos amores

Contra nós mesmos armando armadilhas de morte

Com as barbas de molho na essência da crueldade

Que estranho não ter nenhum corpo boiando no rio

E essa semana nenhuma criança foi achada no lixo

Tiramos tantas vidas sem dó ou lamento algum

Pai matando filhos e até mesmo o inverso disso

É estranho falar, mas matar nunca foi tão normal

E alguns até mesmo se orgulham dessas coisas

Hoje em dia não passa de mais uma rotina banal

Apenas lembro de quando isso não era sério

Quando nos assustávamos ao ver no noticiário

Agora isso tudo é tão normal para nós em ver

Que não podemos andar pelas ruas sem temer

Aqueles que deveriam cuidar de nos proteger

Valores invertidos, o errado nunca foi tão certo

Sinto saudade dos tempos em que eu brincava na rua

Jogando bola ou soltando pipa com a molecada

Hoje saímos e não sabemos se vamos voltar

Mas continuamos

Sonhamos com a paz de um calmo Vilarejo

Como é sonhado em canção pela bela Marisa

Quem sabe um dia as coisas vão melhorar

Depende mais da gente do que possamos imaginar

Não podemos mais virar mas sim encarar

A realidade de nossa humanidade insana

Saulo David
Enviado por Saulo David em 12/09/2008
Código do texto: T1174345
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