Lembranças do 7 de Setembro

Domingo, dia 7 de Setembro. Acordei de madrugada inquieta e sem saber o porquê da inquietude, e de não mais conseguir dormir. Pensei que fosse por causa da TPM, costumeiramente eu culpo a por muitos mal estar meu, porém percebi que desta vez, ela não tinha culpa sozinha.

A 4 anos atrás nesta mesma data, eu estava no mesmo horário da madrugada em que acordei, me preparando para o Desfile Cívico da minha cidade. Não para assistir, mas para desfilar, e não só era importante este fato como também, o fato de que minha antiga Escola fazia a abertura, pois era o Colégio da Polícia Militar da Paraíba, e também tinha outro fator importantíssimo, era o meu último ano na Escola, era meu Desfile de despedida, o dos meus amigos também.

Tínhamos que arrasar porque nossa Escola sempre foi renomada, e porque aquela era nossa última chance de fazermos um show, tínhamos passado por testes de seleção, por manhãs e tardes no sol quente, tínhamos sido liberados de aulas em ano de vestibular, tínhamos ensaiado uma nova formação de apresentação nunca feita antes. Nossos pais, familiares, amigos, estavam na expectativa de nos ver, além das pessoas que apreciam este momento patriota que tinham se deslocado cedo de suas casas para assistir o evento.

O frio na barriga era grande, o nervosismo estava presente pois o momento era único e especial. Já havíamos desfilado anos anteriores, e em outros lugares, mas no Centro da nossa Cidade, no dia do Feriado, em nosso último ano de colegial, a responsabilidade triplicada.

Tudo deu certo, não choveu, não erramos, recebemos poucos gritos, pois acertamos bem os comandos, pouco fomos chamados a atenção, fomos aplaudidos, vimos sorrisos, olhos de crianças brilhando e admirando, ao final do desfile mães queriam que fotografássemos com seus pequenos filhos que quando não nos admiravam, tinham medo de nós, talvez por causa da farda, da postura, da aparente autoridade, mas nada que um sorriso, um "olá" e um abraço não resolvesse (risos).

Bem, cheguei a conclusão que minha inquietação era um sentir falta de momentos tão marcantes, tão bem vividos, tão representativos.

O sentir essa falta tocou tão fundo em mim que despertou meu inconsciente e trouxe ao meu consciente uma saudade, de algo que antes não era tão importante quanto hoje é pra mim, ter essas lembranças que reavivam um passado singular pra mim e em mim.

Que os atuais alunos possam honrar este momento tão significativo.

(07/09/2008)

P.S: Compartilhando!!!

Rafhaela de Andrade
Enviado por Rafhaela de Andrade em 07/09/2008
Reeditado em 09/09/2008
Código do texto: T1165715
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.