Sombra e Madame- reflexões
Depois de ficarem abraçados por um longo tempo dentro daquele shopping, se separaram, devido aos compromissos que cada um deles haviam assumido anteriormente, não se encontrando mais...
O tempo passava e a comunicação entre eles foi minguando, mais por culpa dela do que dele, que ainda fazia tentativas -frustradas- buscando uma aproximação.
Sombra se perguntava quem era aquela mulher que tanto o impressionara; com quem fizera sexo, por quem sentira uma grande emoção, mas que, ao mesmo tempo, lhe escapava das mãos quando tentava se aproximar.
Que mistérios haveria por trás dela, impedindo-a de se entregar totalmente; que mistérios guardaria para se mostrar assim tão arisca e arredia, não conseguindo, por algum motivo desconhecido de Sombra, se abrir para o amor. Pelo menos para o amor de Sombra...
Talvez estivesse presa à outro compromisso; quem sabe algumas decepções amorosas tivessem fechado o seu coração.
Eram apenas conjecturas que, como macacos, pulavam nos galhos da fértil imaginação de Sombra, pois ele, desejava com todas as suas forças, entender o que se passava na realidade.
As mulheres nem sempre são fáceis de serem compreendidas, até porque, elas mesmas não se compreendem muito bem.
Não quero dizer com isso que os homens se entendam, nem estou dizendo que eles são -de alguma forma- superiores às mulheres, não, não é isso, mas eles -os homens- são mais objetivos e diretos e, por isso mesmo, mais facilmente compreensíveis, pela simplicidade com que encaram a vida.
As mulheres, na visão de Sombra, se melindram por bobagens sem a menor importância, deixando de levar em consideração o sentimento, este sim, soberano e superior, devendo por isso ser tratado como um verdadeiro Rei.
Elas -as mulheres- o fazem na maior parte do tempo, mas, num segundo, por causa de uma pequena transgressão -natural nos machos em virtude de uma condição genética que lhes foi imposta pela natureza- fazem a maior confusão, estragando as melhores coisas da vida.
É verdade que isso também ajuda a compor a beleza das mulheres, essa complexidade delirante, que, de repente, sem mais sem menos, faz uma tempestade num simples copo d'água, tornando assim, extremamente delicada essa relação homem e mulher e, ao mesmo tempo, colocando um tempero excitante nessa relação, que de outra forma, cairia numa situação modorrenta e fria.
Sombra pensava que como não existe uma verdade absoluta, as qualidades e os defeitos, acabavam por se completar, enriquecendo e colorindo a nossa vida, sobremaneira.
Outra coisa que ele achava muito interessante nas mulheres em geral e, na qual, os homens se deixavam engabelar com muita facilidade, era na capacidade que elas sempre tiveram de fazê-los culpados. Mesmo que não tivessem culpa alguma, de nada...
Esse é, pensava Sombra, um poder enorme que as mulheres seguram em suas mãos, nas suas cabeças e nos seus corações. Com apenas uma lágrima elas levam os pobres machos à loucura total, deixando-os orfãos de pai e mãe. Sombra só não saberia dizer se elas fazem isso consciente ou inconscientemente, mas que fazem, fazem...
Sombra se deixava levar por esses pensamentos, pois o amor que ele sempre nutriu pelas mulheres era incomensurável, fazendo dele um admirador crítico, dessa maravilha, chamada mulher...
Muito embora distante -fisicamente- de Madame, sentia-a, a cada momento do dia, ansiosa por ser conquistada e levada à loucura por ele, mas, como todas as mulheres, escolheria o momento certo para seduzi-lo, deixando-o pensar -para estimular o seu ego- que era ele quem estava seduzindo... Mulher é fogo, meu chapa!