VIVEMOS COMO ILHAS
Conforme as primeiras lições ainda no curso primário, uma ilha é uma porção de terra cercada de água por todos os lados.
É interessante observar que, não temos notícia de duas únicas ilhas que tenham se unido formando uma nova ilha. Elas estarão sempre separadas umas das outras – ainda que façam parte de um mesmo arquipélago.
Assim vivemos nós, não que seja impossível nos unirmos com outras pessoas; mas porque o preço a ser pago não estaria na ordem do dia –ninguém deseja anular–se para que outros brilhem um pouco mais.
Essa linha de pensamento ainda não é aceita porque está faltando disposição de ler nas entrelinhas – afinal, como aceitar algo que depende de aprendermos a caminhar juntos?!
Estamos habituados a falar muito mais do que ouvir – ler nas entrelinhas, algumas vezes, dependerá de percebermos que a voz ou a escrita é insuficiente para expressar tudo o que pode ser dito ou registrado com tinta;
em outras palavras, o que alguém fala no momento estará relacionado com sua existência como um todo e não apenas com o que pretendeu falar agora.
Afirmar que vivemos como ilhas, significa dizer que seria quase impossível ouvir as outras pessoas com o coração, porque estamos programados para falar sem parar ao invés de ouvir mais do que falar, especialmente, ouvir com o coração porque “o essencial é invisível aos olhos”.