O Tempo e eu
Tempo... tempos....
Olhares perdidos, tempo perdido pestanejando em gotas, memórias que esvaem pela alma de mais um poeta do povo.
Hoje, descrente. Sem a mesma moral, princípios, mas relutando em suprir uma dignidade, vã ao meio social, uma índole.
O tempo esvai... se foi. O que houve com nossos heróis? Ícones, ídolos...
Hoje minha janela me mostra um sol acanhado, tímido quanto ao meu dia.
Não tenho tanto tempo, nem olhos ou desejos para aproveitá-lo... perdoe-me velho amigo.
Vai vida, esvai com o tempo...
Amigos... tesouros... o tempo levou. Cada qual a terras longínquas, extremando desertos ora intransponíveis.
Mas eu vou, custe o que custar, eu vencerei o tempo... não se vá...
Esvai como o tempo...
Não pára, não pestaneja, sem receios ou medos. A vida passa... as pessoas passam, alguns, ora amigos, também passam.
Tudo se foi... o que sobrou?
Tempo... meu velho comparsa... tudo que tenho com minhas mãos que buscam no horizonte um limite...
Não há nada.
Apenas eu, você e “Pasárgada”. Terra mitológica, imaginária... meu paraíso...
Vá sonho, voe vencendo violando aquele que se vai. Não vai mais.
Agora, quem vai, sou eu... te encontro lá.