Existência

Eu somente existo quando as pessoas têm consciência de mim, quando as mesmas não têm, passo a não existir mais, mas ainda assim continuo existindo.

Nossa realidade e todos nós somos como um espelho ou como o reflexo da lua, nunca morremos por que nunca viemos a nascer, só existe algo quando este algo é colocado em sua frente, somente assim, algo existe dentro do espelho, mas quando esse algo é tirado de sua frente, nada mais existe dentro dele.

Como o reflexo da lua refletido em varias aguas do mundo, cada uma com sua personalidade são como nossa emoções e sentimentos. Calmas, agitadas, grandes, pequenas, sujas ou limpas.

Se não é o reflexo, nem a lua, nem o espelho, então qual a sua face original antes de você nascer?!

Sou um talvez incerto.

As montanhas são só montanhas, e os bosques são só bosques... pra que se importar? Você vai mudar algo? E se mudar, pra que vai mudar?

Sou a Hora. Sou o Minuto.

Que aconteceria se não existisse lealdade, e nenhum outro propósito além de, talvez, o impulso para destruição?

Sou o tempo que não passa.

Você leva seus estudos, seu dinheiro e sua moral pro caixão?

Sou o Sexo. Sou a Droga. Sou a desgraça.

E se a fé e os valores similares fossem questionados? Expresso minha opinião afirmando que eles não tem substância absoluta ou objetiva, sendo eles inválidos e servindo somente como uma outra mentira explorada e que nunca produz qualquer benefício estratégico social.

Sou o que sou e o que não queria ser.

Vale a pena gastar o pouco tempo ajudando outras pessoas?

Sou o que encontrei e o que não procuro.

Todas as coisas que não podem ser provadas precisam de fé, a utopia precisa de fé, o idealismo precisa de fé. A isto eu digo: "foda-se a fé !".

Sou a aparência morta de ciclos inativos sabotados em decadência.

Que seria da existência se oque é conhecido como teleologia passasse a ser visto como a falha fatal que está presente em todo o arco-íris de soluções falsas desde o Marxismo ao Budismo, Catolicismo ao Ilusionismo, Racismo ao Vitoriosismo? Se todos conseguissem ver que tudo é o mesmo lixo, que te ensinam, e você não sabe o porque, e quem te ensinou também não sabe, só sabe que tem que seguir tudo o que está no meio?

Sou o idiotismo indiscreto que expõe imagens de visão-invertida.

Sou livre para descobrir o que realmente existe e não somente uma evidência parcial que dá suporte ao pretexto original e noções falsas que fazem um inferno aqui na terra. Então digo: "foda-se a teleologia também!".

Sou um útero infecundo...

Não existe e nunca existiu qualquer evidência de que o universo opere teleologicamente - não existe propósito final !

Enfim: Sou a angustia da existência humana!

Cheguei à conclusão !

Cheguei?

Penso que sim...

Não sou feliz.

Mas tudo bem,

Infeliz eu não sou. Afirmo!

As vezes eu desconfio...

Desconfio de mim mesmo!

Da minha vida,

Da minha ilusão,

Desconfio de que tudo é nada.

Isso é bom.

Afinal, o nada é tudo.

Assim deixo uma certeza:

Não sou sim nem não.

Mesmo assim, posso continuar afirmando que:

Eu sou o infinito que se resume no cisco do olho de um pobre louco velho e moribundo.

Eu sou alguém que pode ter os segredos desvendados através de minha face.

Eu sou aquele que escala morros e pula de abismos mas não se decai ou se eleva durante o processo.

Eu sou falência da própria vida, a destruição dos valores, e a ausência de propósito cósmico.

Eu sou alguém fora do padrão social.

Eu sou a imobilidade dos olhos de vidro que nada vêem.

Eu sou o pó que cobre a terra.

Eu sou um simples adubo.

Eu sou alguém com imaginação fértil.

Tudo isto eu não sou e

tudo isto eu serei

enquanto viver e puder gritar: "EXISTO !".

Gabriel Guerra
Enviado por Gabriel Guerra em 30/08/2008
Código do texto: T1154187
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