Teu Retrato II
Teu retrato
Aqui, estática,
E em minha frente
Olhando-me, está o teu retrato
Com olhar que perscruta –me a alma.
Estendo-me para acariciar teu rosto
Nada me afasta, nada justifica esse gosto
Que sinto palpitando dentro de mim
Arrepia sem cessar, minhas entranhas
Sobe uma ânsia que traz, por fim
Caricias, dengos, aventuras de amantes.
A adentrar meu universo tão sagrado
A provocar um gozo imaginário
Em meio a múltiplos sussurros
Penetra minha gruta desatinado
Desalinhado desvenda meus enigmas
Suga de mim tudo que já era teu
Desde quando te conheci.