Houveram

Houve um dia dentro de outro dia,

Num sonho que se passava dentro de outro sonho,

E nele viviam duas vidas em apenas um corpo,

Um corpo sadio e morto _ ao mesmo tempo,

Esse tempo não se descreve,

Nem se conhece,

Foi num ano fechado dentro de outro ano,

Para muitos foi apenas um segundo,

Mas nesse segundo (o qual houve um ano),

Viveram aquelas pessoas mortas,

Vítimas supostas,

Expostas, andando para frente de costas!

Para elas este instante,

Intensificou a beleza da vida,

Em ações de amor,

Que não existem mais,

Naquele segundo,

Houve mais amor que em nosso tempo real,

E a verdade de tudo,

Não é sobrenatural,

As vítimas expostas,

Nos expõem a verdade,

A falta de acreditar,

A preferência pela facilidade,

Os dois dividiam um corpo,

Para não verem um deles morto,

Preferiam viver restringidos, mas juntos,

Hoje se prefere ser livre e ver outro morto,

E é isso que naquele dia dentro de outro dia,

Ficou para sempre escondido dentro do sempre,

Preso nos confins,

A essência para não haver fim.

E houve naquele ano dentro de

Outro ano,

Mais sonho que se pode sonhar todos os homens,

Por que os homens sonham por si,

E isso nunca passará de sonho.

Mas aquele sonho dentro de outro sonho,

Era sonhado por todos,

E fez dele verdade,

Um dia onde houve o sonho concretizado.

E estes versos não estariam aqui,

Se não fossem resgatados das entrelinhas de um poema,

Que conseguir ler numa leitura que nunca existiu,

De um livro que ainda está dentro de um outro livro.

19/02/2002

Liomac
Enviado por Liomac em 29/08/2008
Código do texto: T1151457