Sei Lá***
Queria poder chorar agora
Tirando de dentro de mim essa angústia
Podiam inventar algo que curasse
a alma e tirasse dela toda dor
Preciso escrever e escrever sempre
Mas, não sei ao certo o que
Tento ouvir meu silêncio
e entender um pouco dele
Assim, posso me transportar
A um lugar onde encontre um ombro
Essa escuridão me assusta sempre
E ninguém nunca está perto
Não me verão suplicante ao amanhecer
mesmo que o dia seja novamente triste
Mesmo que seja um eterno adeus
Um reinventar a cada verso revirado
Se sorrio para o mundo e choro escondido
vou vivendo entre os espaços desses versos
É preciso me derramar não é?
Vou esvaziando aos poucos
Aprendendo a dialética da vida
Não sei se sou humana ou finjo ser
Não sei o que sou nem no que me transformei
Me sinto má na maioria das vezes
Como se estivesse errando com as pessoas
Sempre errando em cada verbo mal-acabado
Sou uma mentira para mim mesma
Também para os que estão a minha volta
Como ser verdadeira em meio a tanta imposição?
Vou sonhar que faço de mim mesma melodia
Vai ser uma ópera triste, bem triste...
Onde a mocinha diz uma frase linda no final
Ninguém nunca mais vai esquecê-la, nunca,
Mas, ela não morre,
Fica presa em sua caixa de surpresas...
As vezes surgem mais frases dignas
de não serem esquecidas,
Ela nem sempre é boa com as palavras,
Apenas tem alguma sorte.