Madalena
Desde que nasceste
foste condenada
a mera coadjuvante
a um quase nada
Desde que nasceste
foste obrigada
a fingir fragilidade
e a não saber quase nada
Nada mais te pertence
já não é teu quase nada
já tiraram tua vontade
tirararam também a tua casa
Deves culpar-te
por toda a vida
do paraíso que te foi negado
por ser um ser de pecado
Entre anjo e serpente
outros olhos te verão
já nada tens de humano
és quase aberração
Quando descobristes que pensa
que não és anjo nem demonio
teus dias se abriram
compreedestes teus sonhos
Agora o anjo batalha
a serpente caminha
a humana se engraça