Dura,suave...
Meus ventos são inesperados
De chuvas primaveris
A violentas tempestades de verão.
Nunca vivo eventos numa seqüência linear.
Minha vida não corre de maneira ordenada,
Até porque, um traço meu, nunca se mostra no palco atuante e solitário
Minhas outras características não ficam passivas assistindo
Entram sempre abruptamente e entoam suas falas
Extravasam nos gestos, se atropelam, conversam...
Em minha interação
Percebo que estou sempre fazendo coisas novas
Todas misturadas... Por vezes incompletas, desconexas.
Por isso não me sinto unidimensional...
Tantas figuras entrelaçadas, gritando por liderança
Dura, suave...
Tento esconder meu ressentimento por minha fragilidade
Por vezes assumo o papel de sofredora passiva
Mas sempre percebo que tenho uma espada na mão
Droga, nunca aprendi a manusear espadas!
Me sinto perdida, dividida...
E me tranco num isolamento necessário.
Preciso descobrir um rochedo em que me apoiar
Só assim as correntes não me levaram...
Tentei ser minha rocha
Descobrir que não tinha forças... Quase me afoguei
Hoje, Deus é minha rocha, minha força, meu alivio
Tão dura, tão suave...
Quão dura pode ser a dureza e a suavidade...
Quão truculenta pode ser a realidade!