Dura,suave...

Meus ventos são inesperados

De chuvas primaveris

A violentas tempestades de verão.

Nunca vivo eventos numa seqüência linear.

Minha vida não corre de maneira ordenada,

Até porque, um traço meu, nunca se mostra no palco atuante e solitário

Minhas outras características não ficam passivas assistindo

Entram sempre abruptamente e entoam suas falas

Extravasam nos gestos, se atropelam, conversam...

Em minha interação

Percebo que estou sempre fazendo coisas novas

Todas misturadas... Por vezes incompletas, desconexas.

Por isso não me sinto unidimensional...

Tantas figuras entrelaçadas, gritando por liderança

Dura, suave...

Tento esconder meu ressentimento por minha fragilidade

Por vezes assumo o papel de sofredora passiva

Mas sempre percebo que tenho uma espada na mão

Droga, nunca aprendi a manusear espadas!

Me sinto perdida, dividida...

E me tranco num isolamento necessário.

Preciso descobrir um rochedo em que me apoiar

Só assim as correntes não me levaram...

Tentei ser minha rocha

Descobrir que não tinha forças... Quase me afoguei

Hoje, Deus é minha rocha, minha força, meu alivio

Tão dura, tão suave...

Quão dura pode ser a dureza e a suavidade...

Quão truculenta pode ser a realidade!

Observadora
Enviado por Observadora em 22/08/2008
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