Vida! Devolva meu sorriso...
Vivi e creci de risos, em risos
Recebi alegrias, entreguei alegrias
Recebi risos, repassei sorrisos
Fui Palhaça...
Encontrei alegria, até nas horas sombrias
Ri, até mesmo em velório
Ri, quando não podia
Ri de mim, de amigos, de pessoas...
Sem maldade!!!
Fiz da infância, eterna alegria
Amadureci na fantasia...
Obrigada à encarar a realidade,
aos poucos obtive a responsabilidade
Responsabilidade imatura
Sem preparo à altura
Inconstante sensibilidade
Idade adulta...
Desespero da improbabilidade
A vida entregou-me a dura realidade
Sonhos distantes...
Afastando-se com amabilidade
Entregando em minhas mãos, tão somente a capacidade
De tudo, só a mim depender
Sem poder oferecer ao menos, a frescura de minha mocidade
Limitando, podando a felicidade
De poder, de sentir, toda a suavidade
E somente a batalha de buscar, pela necessidade
Esquecendo-me de minhas reais qualidades
Marcando em meu ser, em minha face, o traço brutal do entristecer
Da vivência, o dia a dia ao cotidiano
Sem novidades e tão banal, sorriso forçado
Ainda é tempo...
Recomeço, buscando, resgatando pelo tempo
Insistentemente, nas recordações, que ainda se fazem presentes
Escondidas, desvendando do inconsciente, que já não mais está ausente
Ressurgindo como um turbilhão, de emoções
Me arrancando de solavanco, do profundo esquecimento do passado
Relembrendo do sorriso, de menina, com vontade
Da criança espiando e esperando a oportunidade
Desabrochar, reaparecer, alegrar, fazer valer
Redescobrindo-me...
Devolvendo minha alegria, das mais loucas fantasias
Brincadeiras, não mais frias
Vendo luz onde não existia
Abra a porta, estou de volta
Com a experiência vivida
Pronta para enfrentar a vida...