O grito do Indizível

Em mim um verso baila...

Em minha mão as letras tremem...

Querem gritar o meu amor,

Querem voar a procurar-te,

Querem mostrar ao mundo que sou tua...Eternamente tua.

Em mim a poesia chora...

Na minha mente acorda e sofre...

Quer falar do amor do mundo

Que morreu, faleceu...

Esqueceu-se de amar

Deu lugar á violência e a falta de pudor

Eternizou-se o horror.

Em mim os versos são tristes...

Lágrimas deitam e caem de minhas palavras

Que desbrava o planeta

Já não se contentam em grafar

Querem anunciar a vida

O cuidado à natureza

Quer louvar ao criador

Selando a paz aos animais

Quer despertar a Paz

Em mim...Nos meus dedos...

Escorrem sangue...

Dos inocentes, na prisão,

Crianças nas calçadas frias

A mendigar um prato de feijão.

Na minha boca escorre saliva

Desse regurgitar das impurezas

No meu lamento só há tristeza

Saudades dos tempos atrás...

Em mim está Livre...

Já não há como enjaular...

O grito do indizível

Dos que não sabem falar.

O grito de liberdade

De sede de justiça

De sossego a quem sofre mais...

Em mim noite e dia

Vive acesa essa chama de esperança...

Que clama, que sorri feita criança...

De ver um novo mundo

Entregue aos homens de lábios puros

Sem lugar para vingança...

Que bendigam nossa terra

E traga alento e confiança.