Entre a Loucura e a lucidez

Vou andando por ai meio perdida sem destino algum.

O vento me leva esquecida, rodopiando feito pião sem sentido nenhum.

Estou aqui meio esquecida sem saber bem o que quero, só há no peito assombração.

Vou silenciosamente seguindo escondendo o meu rosto entre a multidão.

Devaneio, loucura, solidão se mira em minha face:

Translúcida aparição: O meu pensamento todo instante esvai rolando solto a te buscar

Entre pedras e espinhos, meu coração a prantear.

Choro sem conter as lágrimas numa aparente aflição.

Mas me pergunto Por que choro? Se já não existe solução?

Verdade induzida, minha mente estremecida.

Depressão que eu não procuro.

Uma escrita sem sentido, um sonho adormecido, um silêncio em distração.

A vida segue seu curso e nessa noite fria e calma me aparece a morte e a dor.

Eu me finjo ser outra pessoa pra espantar a fraqueza desse amor.

E assim vou me enganando, vou escrevendo sem sentido, só pra afastar o sofrimento.

O que guardo selado a sete chaves aqui dentro.

A saudade que é demais, a tristeza que se refaz, a dor que corta o peito.

Mas partir, não quero não!E assim me tranco nesse quarto, na escuridão.

Sobrevôo a morte e faço do meu triste retrato uma vida a se erguer

Dou a mim mesma um ultimato: Viver assim não é barato, causa pranto e faz sofrer.

E um anjo de luz se aproxima põe sobre a mesa as cartas da vitória que eu preciso

Espada despedaça a mote e trevas e eu caio por terra, adormecida em frio chão.

Sol brilha em minha face e eu esquecida do que acontece me levanto , bato asas e

Começo a me refazer das cinzas.

Águia no cume do monte, olho no vazio e enxergo alimento pra viver de novo.