Sua

Pergunto a você de uma forma direta e clara

Onde está o prazer de se ter uma estrada sensata

Me vislumbre o prêmio de ser tão correto assim

Me desculpe o afeto que tenho e que está em mim

Eu pergunto a você em qual rua você não me acha

Eu lhe livro o prazer de me ver vez em quando na praça

Lucro tanto ao saber que bem longe de mim você vive

Me reduzo a entreter os meus olhos com fotos que tive

E é tão fácil achar no cantinho dos lábios o riso

Ao pensar suavemente em você como algo impreciso

E a expansão do olhar que lhe dou e que você descarta

Eu me pego a travar uma luta com a minha desgraça

E os sorrisos que você despreza e que eu lhe ofereço

Me alegram, me cobrem, me expandem, me abraçam, me beijam

E me dão algo que eu preciso pra continuar

E um dia você vai sorrir ao me ver discordar

Discordar de algo tão aparente e tão certo e tão pronto

E então você vai perceber onde chega meu ponto

De fazer você me perceber numa aparência fulgaz

Me entregar pro que quer me reter de uma forma voraz