Navegar, eu preciso...
Sentia como se meus sonhos tivessem adormecido.
Vocês fazem tanta falta...
Parece que tinha esquecido que tinha sonhos;
Tinha me entregado a minha atual realidade - como se fosse esse o fim;
Como se esse fosse o lugar onde eu devesse estar por toda minha vida...
Algo me abriu os olhos;
Vi-me cidadã do mundo outra vez.
Os portos serão meus lares;
Serei marinheiro!
O mar, a extensão do meu corpo;
O céu, a extensão do meu nome.
E limites não há para quem vive a sonhar.
Um dia, ainda sumo no mundo.
E nem rastro hei de deixar...
***
Não quis pensar neles...
Não quis pensar em meus amores...
Só quis estar em outros lugares, sem rumo definitivo, sem ter que esperar...
Meu imediatismo... Destrói-me...
Meus laços com o eterno, com o divino são estraçalhados, tal qual vidro no chão...
Quero sumir, e nascer outra, em outra dimensão...
Quero adormecer.
Como Cinderela... Verdadeira, num conto de fadas.
Sem lágrimas, sem dor, sem fome, sem guerras...
Dormir num abraço apertado e acolhedor.
Conseguir achar graça em palhaços, e mágicos, como quando se é criança.
Acho que estou saindo da infância.
E vejo muita dor;
Muito desespero, desrespeito, muito desamor;
Há muita hipocrisia - e não me excluo desta lista.
Hoje em dia, não me obrigo a nada.
Apenas me permito ser alguém original, sincero, amigo;
Também cauteloso e, as vezes, desconfiado...
Quando se é criança, não se preocupa com essas coisas...
Na maioria das vezes não se preocupa com nada.
A vida é um mar de rosas...
E qualquer colorido é brinquedo.
Minha mãe diz que tenho que crescer...
Penso que tenho crescido – paulatinamente, é claro.
Mas ainda quero meus brinquedos comigo...
Meus sonhos guardo, protegidos, no fundo do peito.
E desejo ofertar, pensamentos positivos, alegres; abraços apertados, que traduzam a afeição e respeito que tenho pelos amigos.
E que eles me guardem, num ladinho do peito, até o tempo posterior ao que já tenhamos nos tornado amigos antigos.