Sobre patrões e empregados.

Sobre patrões e empregados.

Acompanhando o caso da nova lei de regulamentação de crimes virtuais no Brasil, deparo-me com uma questão que acho interessante.

Por que um senador da republica propõe um projeto tão importante sem ao menos (é o que parece) fazer uma consultoria para saber o que realmente coloca no papel?

Fez-se um projeto vago, impreciso e aberto a várias interpretações. Como no caso do artigo sobre transferências de dados, em que dependendo da interpretação dada, você pode ou não ser preso por receber ou transferir arquivos pela rede.

Ora, penso eu que para se propor a regulamentação de alguma lei, deva-se pelo menos antes ter conhecimento sobre o assunto que se irá discutir, não? Um mínimo de estudo e bom-senso. Parece que isso não precisa acontecer lá pelos lados do senado.

Imaginem-se como os donos de uma companhia multinacional. Agora vocês pedem um projeto de expansão dessa empresa pra um dos subgerentes dela. Imaginem no dia da reunião:

“Então quer dizer que eu lhe pago bem para cuidar da minha empresa, e o senhor me vêm com um projeto que demonstra que você não sabe o mínimo sobre o assunto? O senhor não se deu ao trabalho de ler a sua cartilha em casa?”

“Desculpa não pude estudar, mas fiz todo o dever.”

Se fosse a vida real esse senhor estaria demitido por inaptidão para governar desta minha empresa. Mas estamos no Brasil, um país de patrões-empregados, não é mesmo? Ele corre o risco até de ser eleito por que apareceu na televisão.

Publicado no http://www.guiamogi.com/