UNI DUNI TÊ ... SA LA MÊ MINGUÊ...

Quando somos crianças

visitamos os avós, os tios,

visitamos até o morto

em dia de velório,

sem entender direito daquela dor.

Brincar na rua é uma festa.

E quando a gente encontra

um trevo de quatro folhas

ou uma joaninha?!

Ai, é festa pra mais de dia!

Quando se é criança,

a pressa é só pra chegar primeiro

quando a brincadeira

é chicotinho queimado,

ou comer um pé de moleque

ainda quente.

Cair no rio de roupa e tudo

ou inocentemente só de calcinha

no meio de um bando de meninos.

Daí, a gente cresce, estica os ossos,

vira o que chamam de "gente grande".

Junto com esta nova etapa

vem também a arrogância, a estupidez,

o olhar frio e o relógio

que passa a comandar o tempo.

Não tem mais mãe de rua,

cabra cega ou festa do divino.

Vive-se duas ou três décadas

escravo dos próprios medos.

Ser o que se é de fato,

é uma coisa que nem passa pela cabeça.

Mas, depois de algum tempo,

a gente começa a descer o morro.

É a contagem regressiva.

Que bom!!

Tudo fica parecido

como lá no começo,

quando se é criança.

Só ai, nesta virada de curva,

aprendemos a ser mais generosos

com a vida e com nós mesmos.

Jamais economizar no sorriso.

Entender que é preciso fazer o resgate

com a alma(já que o corpo cansado

não dá mais conta),

daquela criança perdida no tempo,

mas que ficou ai, guardadinha,

só esperando um chamado seu.

Chame por ela.

Mas faça isto antes de virar a curva.

Ela está viva e louca pra te fazer sorrir.

Aninha viola
Enviado por Aninha viola em 23/07/2008
Reeditado em 24/10/2013
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