Acidentalmente
Por não ter o que escrever, a gente escreve por qualquer coisa, desde o menino atravessando a rua, a menina que corre atrás dele, sendo atropelada pelo senhor no celular que ao mesmo tempo dirigia. Mas, o que é escrever se não o ato de transpor em palavras os incidentes da mente, numa forma poética ou realista da coisa, essa de fazer chorar com palavras, de fazer suspirar através dessas letras juntas e cheias de significado.
Como o homem que estava no celular, tentamos fazer tudo ao mesmo tempo, como a menina que corria atrás do guri, vamos atrás do que desejamos, mesmo com todo o risco, como o menino que corre, às vezes nos guiamos a outra margem sem pensar em quem atraímos, assim foram as palavras desse texto que começou por não se ter o que escrever e terminou num acidental querer.