Metodologia Metodologicamente incorreta!
Como é difícil fazer diferente! É chato constatar que falar é realmente fácil, mas fazer é uma queimação vergonhosa de neurônios aventureiros. Talvez o mais difícil é tirar de si a pressão social do inédito e colocar em questão uma verdade - a muito batida - e tranformá-la em descoberta. Para os maníacos por sexo, seria como um papai e mamãe ultrainovador, com rodopios inimagináveis e um livro de Kama sutra inteiro sobre, nunca visto pelos indianos antes.
Mas a pergunta que me faço é o que quero fazer? Não gostaria de empreender um estudo onde o futuro das minhas preciosas pestanas queimadas seriam empoeiradas em uma biblioteca de universidade ou enclausuradas em minhas eternas ludibriações ao meu ego infundado. Definitivamente, não é isso. Quando penso em um estudo inédito sobre a sociedade, os meios de comunicação e a própria comunicação, eu penso no cotidiano das pessoas. O que o fulano, lá da passagem não sei onde e filho de lá sei que nega, vai ter com isso ou se quer um dia verá proveito nas minhas divagações científicas.
Talvez eu tente resgatar esse lado pequeno principe que sempre se é perdido nesse corrida por status. Entrei na universidade com um ideais, romances, verdade até. Mas é como se estivesse chegando em um deserto, lá eu teria pouca água pra beber, um carro com problemas a resolver e o sol escaldante a enfrentar, não teria tempo para devaneios se quisesse salvar minha vida.
Sobrevivência. É com este pão que nos calam a boca.
Acho que as dificuldades que tenho em produzir são as mesmas que qualquer mortal ambicioso. Qual o problema? O recorte? o pressuposto e seus aportes teóricos.. (mania de legitimar pensamentos com outros já postos, na maioria das vezes transformam o novo pensamento em reprodução de quinta e, ainda por cima, mostrando o sorriso careado das citações) ... Em meio a tantas interrogações, me pergunto se não foi o próprio Deus que nos pregou a peça da metodologia científica. Assim, quem sabe, nunca cheguemos ao nirvana dos porquês e ele continua reinando sem disputas administrativas.
No final de tudo isso, só há uma certeza: a de que não se fez nada. Essa é a lógica da burocracia cultural, de tão eficaz... ultrapassa os limites do tempo e do espaço. Se hoje eu simplesmente penso em desenvolver tal estudo, ela já está aqui para me desencorajar com suas garras sanguinárias que sugam minha paciência juvenil.
Nem mais saco pra escrever eu tenho...
Maldita!