A TRANSCENDÊNCIA DO AMOR...

Faço aqui apenas uma reflexão comemorativa dos meus 400º textos no Recanto das Letras.

A procura, o achado, seus cuidados, a permanência... A toda hora promovem a verdadeira transcendência do amor nas suas mais variadas facetas e canetas.

O amor precisa do amor para que permaneça amor. É o ululante óbvio, o ópio que pouco percebemos em nossas veias, mas que é o que nos sacode a escrever.

Ele não deve ser tratado como algo a só nos dar prazer... Unilateralmente. Há que conectar-se às outras almas, dançar com elas, insinuar-se e eternizar-se nelas.

Não pode também ser depreciado para uso de consumo das nossas dores e frustrações, misturado com as vãs emoções... Só para alimentação do nosso ego.

E quantas vezes o prostituímos nas nossas buscas fazendo com ele versos que mais parecem desabafos em divãs de psicanálise... E achamos que estamos certos?

Invadimos privacidades. Insultamos a inteligência poética dos outros. Manipulamos pessoas. Destilamos nosso sórdido veneno. Agredimos consciências. Controlamos outras vidas... Tudo em nome do amor. Que amor é este?

O amor puro chora! Derrama lágrimas de dor ao ver o seu valor jogado ao lixo pela perversidade inescrupulosa da insanidade de vidas pobres, sem o conteúdo amoroso do respeito ao próximo.

Nessas horas é só imaginar ‘e se o outro agisse assim comigo? Como eu me sentiria?’ É simples... Controla o teu vício de fazer do outro o teu ofício, para poetar os teus malefícios. É difícil? Claro que é...

Quem foi que disse que viver é fácil? Escrever pior ainda.

O amor transcendente ao mesmo tempo em que é simples... É complexo! Não fora assim não mereceria nenhum verso. É preciso saber navegar nesses pólos com serenidade. Não escrever só para buscar elogios, não andar pelos caminhos escusos da maldade; não se perverter ou se mascarar de vaidades.

Não fazer da inveja e do ciúme o seu lume, vaga-lumes de queixumes; de prumos sem rumos. Se pegar no leme das palavras saiba em que porto irá ancorar.

Nada de ficar com pobres insinuações sobre pessoas em seus versos, fazendo mais espelho do teu próprio distorcido caráter para inquietar o outro, sem dar-lhe um nome próprio... Só alfinetando e destilando maldades.

Sintetizando: O amor é só amor. Pode estar no furor. No calor de um abraço. Num beijo. Num amasso. No tesão. No sorriso. Na intenção. Na emoção. Num poema. Numa frase. Numa palavra. Num gesto.

Num suspiro. No vento. No sol. No luar. Na terra. No mar. Na natureza. Numa ação. Na contemplação. Na oração. Na criança. No jovem. No ancião. No exagero da paixão. Enfim está em todo lugar. O amor é um convite. Não o desperdice com tolices.

Eu venho tentando nos meus 399 outros textos. Tomara que tenha conseguido em dez deles. Me darei por satisfeito. Muitos beijos aos meus queridos e amados leitores.

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 13/07/2008
Reeditado em 13/07/2008
Código do texto: T1078115