AS MÃOS DO POETA

Não se pode por um freio na boca de um profeta, nem algemas nas mãos de um poeta. Não sou profeta; sou apenas um caniço agitado pelo vento (Mt 11,7) a clamar no deserto de cada coração. Sou apenas um lenho seco a quem o Senhor, em Sua infinita bondade, prolongou a permanência entre os homens, até que eu aprenda a habitar eternamente em Deus. Tudo que tenho é de Deus, veio d’Ele e a Ele retornará, à exceção do pecado que não veio do Senhor, mas de mim mesmo. Não sou modelo, nem referencial de santidade. Eu caí, da mesma maneira que muitos um dia também caíram (Sb 7-3).