Dezenove

Vida regulada, cuidadosamente medida. Cada vez mais perturbado, preso pelo controle mútuo, nem um pouco altruísta e essencialmente recíproco. Prisioneiro e, sem perceber, carcereiro compulsivo em uma cadeia de grades e repreensões automáticas que impedem qualquer possibilidade de tornar-se alguém desconectado e livre, ou um pouco sozinho. Atrelado, feito sonho, sono, à rotina perfeita que ganhou de presente. Hoje, quando chegou, o laço já estava desfeito e o presente aberto. O que fazer com um presente? O que seria educado fazer? Ora, brincar e prender-se, o que mais faria? Talvez, prenda-se por gratidão, afinal, ganhou um presente e seria uma desfeita não aceitá-lo.

Fillipe Evangelista
Enviado por Fillipe Evangelista em 03/07/2008
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