Rascunho Sobre a Simplicidade
"As coisas boas da vida são simples"
Quem nunca ouviu o lugar-comum acima? Aquele blá-blá-blá de que as coisas SEM importância é que são absolutamente necessárias?
"Pare tudo! Veja o que você não costuma ver como aquela formiguinha ali no chão carregando uma folha com o peso dez vezes maior que seu"
Não sei de você aí, mas eu piso em cima com meu peso milhares de vezes maior que o dela e nem me dou conta! O que não tem importância, NÃO tem. Isso não é simplicidade. É estar cansado da futilidade e ser mais fútil ainda, como se fosse possível.
As coisas simples são boas pelo fato de conservarem em si mesmas o desconhecimento. Ao afirmar que algo é simples, é claro que se tem a noção anterior de que não o é. Para tudo que é simples, há também o complexo.
O simples permite o jogo da adivinhação, muito mais instigante. "Será?" Que encanto pode ser tão mágico ao se perguntar, ao sentir aquela dúvida? Hein?
E ao imaginar as respostas, todas erradas claro, não se pode chegar a verdade da coisa? Porque a coisa é estática, como uma estátua de pedra, ou é esculpida pela criatividade de quem a possui?
Perguntas, perguntas...
E ainda um maldito fala que tudo que delimita escraviza. Ele tem "razão"? Não tem. Mas eu concordo com ele. Como é possível?
A complexidade delimita, separa, divide. Assim como a "razão" do latim "ratio". Se a razão delimita, é complexa. E também escraviza. Não serve.
Por isso, a simplicidade é tão boa. Tudo desconhece. É mentirosa para conseguir ser verdadeira. É livre... e indispensável!
Sim, as coisas boas da vida são simples!
(Ufa! Como é difícil fazer uma simples afirmação. Eu falei, o simples mais esconde que revela. Perfeito!)