Medo...
Sim, muito medo
É o que me define no momento
Surpresas da vida
Nefastas
Achamo-nos preparados...
Que nada
O vento é mais forte
Quem sou?
Qual meu sentido aqui?
Existe, acaso, aqui?
Cadê meu espelho?
Não mais me vejo
Sou centelha
Mas de que?
O medo me põe em pé
Falsa estátua do nada
A vida me colocou aqui
E agora me desafia
Pra que?
Se ao menos chorar resolvesse...
Juro que choraria
Sim, choraria
Nem lágrimas eu tenho
Só os dedos me expressam
Quisera que meus dedos
Achassem um rumo
E que não fosse do fim
Mas existe amanhã
Estarei respirando, eu sei
Talvez eu ainda descubra
O que não sei
O que jamais sonhei
E isso me apavora mais
Meu peito sufoca
A garganta está presa
Eu que sempre gritei liberdade
Perdi meu espaço
Me perco no espaço
Agora um gigante
Que me engole