Intenso e complexo
Um homem intenso e complexo!
Cada dia mais certo de que a vida está escancarada à nossa frente para ser vivida e não apenas sonhada e convencido de que o medo é o nosso maior inimigo. Nos é útil como forma de alerta em dados momentos, mas na indiscutível maioria das vezes apenas nos narcotiza, nos invalida, nos chacoteia... O receio de uma nova decepção e o temor de mais uma vez sucumbir ante uma desilusão só nos impede de sermos nós mesmos e de vivermos a vida como deveríamos, em toda a sua grandeza e esplendor.
Sabe... É muito complicado fazer com que todos à nossa volta nos entendam e, conseqüentemente, nos aceitem do exato jeito que somos. Todo mundo espera encontrar e reconhecer no outro o caráter e as maneiras de ver as coisas do mundo iguais as que carrega com si próprio. Tremendo absurdo! Somos muito dessemelhantes... Essa mesma diversidade que a muitos encanta e faz do mundo um infinito de possibilidade, também assusta e nos faz fecharmos em nós, sós! Jamais alguém vai entendê-lo em sua totalidade. Não há ser no mundo que seja idêntico a você capaz de aceitá-lo, compreendê-lo, amá-lo, venerá-lo, odiá-lo, admirá-lo, respeitá-lo... se não você mesmo. E a parte mais desoladora e melancólica de tudo isso é ter a consciência de que nem mesmo nós somos capazes de nos entender, nos amar e nos respeitar integralmente!
E sabe o que oferece a liga para a construção dessas muralhas em nós mesmos? O medo! A covardia, o amedrontamento - e no Português bem coloquial, cagaço – é o cimento que nos engessa e nos faceta em cacos fracos e impotentes.
Tentemos nos enxergar como nós somos nos deixando que sejamos nós mesmos! Soou pleonástico ou estrangeiro para você? Dane-se! Não faça avaliações sozinho! Não haja como uma andorinha que, ainda que solitária, vive a expectativa de fazer verão! Procuremos ser sempre inebriado pela primeira pessoa do plural. Não se esqueças tu, nem se esqueça você de que não existe primeira pessoa do singular no modo Imperativo. Não se cobre tanto! Não se anule tanto! Não deixe de viver por medo de viver. Se conheça mais vivendo e não através de suposições que possivelmente encontraria se possivelmente tivesse vivido um possível momento com uma possível pessoa, eu um possível lugar, em um possível intervalo de tempo. A vida não é uma matemática simples e dual. É INTENSA E COMPLEXA.