Palavras ao ar
Folhas pendentes...
Árvores bailarinas, retorcidas,
Contorcidas, contorcionistas
Folhas pedintes...
Caneta desvirginada
Sem o amante na manhã...
Pureza vã na alvorada
Raízes do meu pensamento
Secas... pedindo pendendo
Galhos em tinta
Flores mortas nascem
Seiva seca... poeta mudo
Ventos cantam cativo sussurro
Árvores tropeçam na música acelerada
Caneta vomita versos em serenata
Cantiga à Lua, à vida, à morte
Flor morta desabrocha, brindando à sorte
Da árvore tombada, bailarina fracassada
Assistindo suas folhas voarem... folhas brancas listradas
Listras pedintes, sem versos
Caneta inútil, sem mão
Galhos vazios, sem raiz
Palavra seca, sem seiva
Pensamento desvirginado, pelo sussurro do vento
Poeta sussurrante...
Árvore dança. Tombada, seca e morta...
Esperando a mudança no ritmo
Alegria nas notas
Um grito do vento
21/06/08