Sobre mim...
Queria saber mais que escrever. Ser capaz de dar conta em palavras de todo caldeirão de sentimentos que pululam dentro de mim, mas que, contrariando as leis da física, não evaporam; ao contrário, condensam-se cada vez mais.
Traduzi-los, entendê-los, desvendá-los, acomodá-los cada um em seu devido lugar. Amores, traumas, desejos, prpjetos, ambições, fé, utopias...minha realidade, meus sonhos...os mais íntimos; os inconfessáveis ao Homem.
E me questiono até quando hei de ser esta incognita; este mapa cortado por caminhos desconhecidos que levam à lugares nunca dantes explorados.
O que tem me reservado a vida?
O que tem o Senhor Deus reservado à este miserável ignorante acerca das coisas que são, e que divaga acerca das coisas que não são como se fosse poeta, filósofo, abstrato?
Ah alma abatida...aquiete-se um tanto. Não te basta o céu? O sol? A lua? A própria vida e suas surpresas?
Não choro. Parece contraditório à tudo que disse; no entanto, me faltam as lágrimas. Foi-se o tempo em que meus olhos inundavam-se facilmente. Saudades deste tempo em que tudo era mais simples. Até mesmo chorar. Entretanto, se não choro, meus rascunhos substituem minhas lágrimas, meus sorrisos, meus berros...a mais pura e mais infiel tradução de tudo o que sinto.