"O falso onipotente"
As regras não me vencem, apenas me impulsionam. Vivo-as, apenas. Contradigo-as em falas baixas e escritas subjetivas, mas eu não as absorvo. São vias de uma única mão, (in) aceitáveis apenas. Ditam seus primórdios, ordenam suas façanhas, e eu as minto deslavadamente.
Quando surgem, justas e irrevogáveis, aprecio-as e de pronto visto-as; mas são as da esquerda, àquelas vinculadas com o absurdo que me causam o maior repúdio, são as regras condizentes ao dito onipotente; dito autoritário e desertor que me deixam assim: arredia e enfurecida.
E eu hei de sobreviver disputando o mesmo espaço que estas, exaltando em riste a minha plenitude, sem vender ao inimigo minhas ultrapassadas ideologias.
Hei de tornar-me pó, mas um pó purpurinado e com cheiro de mulher. Serei ainda a lembrança daquele que hoje impera, daquele que – nos entrepostos do desmando, surge altivo e arrogante.
E quando mais tarde, não mais ideologias restar, verterei lágrimas alvejantes que hão de purificar e limpar as mazelas que estes algozes por aqui perpetuaram.
Sê Deus, não podes, não tens a humildade inerente a Ele. Mas, pode-se sim, ser, Judas, e serás lembrado, mesmo que violentamente.