Medo sem Ofício
Sei que o medo é filho gerado pela mãe dúvida. É filho bastardo de amor e atenção. Mais um sentimento cheio de grande ou pequena ilusão. Sei também que o medo cresce e seja como for, ninguém sabe o que será… Por isso precisa trabalhar… porque certos medos ainda apontam seu destino na esperança de proteger desafios.
Medo bonito não existe, mas existe medo perseverante, a procura de um lugar vago no cotidiano daquele que perde seu contento… O medo é eficiente, quer ganhar bem mais que um coração descrente, quer mandar nas nossas convicções.
Nossos medos precisam trabalhar com certezas, necessitam abandonar o ócio da incapacidade e não admitir a chantagem das rudezas. São ossos do ofício, sentir receios perante uma jornada de longos caminhos, mas não façamos do medo, mais um empregado da incerteza, sem ofício…