Apenas eu...
Hoje as coisas estão um pouco difíceis pra mim...
Sinto uma saudade imensa de meus sonhos
Um vazio paira no ar...
A tua presença pela metade, já não me basta.
Meus velhos amigos parecem cansados demais para abrirem os olhos e viverem facilmente suas vidas.
Não me sinto parte da casa onde moro.
Por vezes sinto-me uma intrusa na vida do homem que amo.
Hoje as lágrimas estão sendo inevitáveis dentro de mim...
Parece que ter estado perto do mar, me fez perceber o quanto sou vida e como preciso viver intensamente cada segundo de minha existência.
Tenho pressa...
Pressa para amar sem receios...
Pressa para ter a velha paz ao meu lado.
Tenho uma sede imensa de felicidade
De sentir meus olhos brilhando, meu corpo vibrando o tempo inteiro...
Preciso da tua mão tocando levemente minha alma...
Segure firme minhas mãos, pois possuo asas...
Preciso do Sol a iluminar a minha lucidez.
Se te pareço frágil ou triste, não creias...
Hoje o vazio entrou em silêncio, sem pedir licença...
Sei a cada dia quem sou e como quero viver a minha vida.
Conheço as formas e as cores com que pintei e pintarei minha realidade.
Amo nosso amor, o teu eu me faz feliz e completa meus sonhos de menina, de mulher.
O sentimento que possuo em teu nome, é acompanhado de respeito e orgulho; mas para possuir a forma exata que nosso querer desenhou, não depende apenas de mim...
Mesmo nos dias em que a saudade aperta forte e a vontade de me esconder aperta; não me permito fugir pela porta dos fundos.
Pois tenho um encontro marcado comigo mesma...
Sou criança forte aprendendo a caminhar, não pretendo crescer; embora muitos me cobrem isso.
"Sou pássaro novo longe do ninho" possuo asas, mas os horizontes são incertos.
Essas palavras são escritas, porque necessito ouvir e sentir com mais clareza o que está se passando aqui dentro; quem sabe estas palavras jogadas ao papel não sejam o meu porto mais seguro.
Brindemos então, ao louco maravilhoso que arriscou expressar em uma folha de papel seus sentimentos mais puros... e sem perceber se fez poesia...
Brindemos ao velho anjo que se esconde no escuro do meu quarto e vem a noite me contar lindas histórias...
Um brinde aquele palhaço de olhar triste da parede dos meus sonhos, que me ensinou tanto, sem fazer sofrer; que mostrou-me o sorriso através de suas lágrimas...
Ao grande mar, que carrega consigo tantos mistérios quanto o filho homem, mas que consegue definir-se simplesmente por sua beleza.
Hoje já é outro dia, e com certeza amanhã me encontrei mais inteira.
(escrito em 1997)