Ética, Moral... precisamos delas?

Na verdade, nunca houve uma época em que o homem comum não se sentisse atraído pela vida sem princípios morais e éticos. Só que sem estes princípios, o que temos é lei da selva, da força bruta, como imperou nos tempos em que o homem habitava as cavernas e as selvas.

E ao contrário do que muitos são sempre levados a crer, ser errado é muito mais antigo do que ser correto. Quando vivia nas cavernas, na selva, o que o homem era senão um bronco, um ser grosseiro, rude, tosco? A Moral, a Ética, as leis surgiram muito depois, quando alguns homens (os mais racionais), começaram a perceber que era preciso impedir ou tentar conter, por exemplo, que um homem matasse o outro, pois essa matança indiscriminada era prejudicial para a comunidade, que poderia deixar de existir. Furtos, roubos, mentiras, traições foram igualmente sendo entendidos como comportamentos prejudiciais à comunidade - e também ao indivíduo.

Perceba que quando age contra a moral e a ética, você mente e engana os mais ignorantes ou crédulos, você espanca, tortura os mais fracos, você se apropria de seus bens, você os mata - sem qualquer remorso. Isto significa que você não tem nenhum respeito pela vida humana. Mas todas essas suas ações permitirão que, no futuro, outros façam o mesmo com você - porque um dia você será o mais ignorante ou crédulo, um dia você se defrontará com alguém mais forte, que o roubará e matará. Ou seja, os outros também não terão qualquer respeito pela sua vida.

O problema de se viver sem lei, ou fora dela, é que quando se é prejudicado não se pode recorrer à lei - porque há o risco de ser reconhecido - preso, e punido. A lei não pode proteger quem não a reconhece como norteadora de sua conduta. Isto é, se você nunca respeita as leis, jamais se conduz de acordo com elas, como, quando se vê no prejuízo, quer dela se valer? A lei é feita para proteger os honestos, ou seja, quem respeita a lei e a ordem.

Não querendo ser muito “certinho”, o homem acaba sendo muito ou totalmente “erradinho”, porque ele começa a crer que pode levar vantagem não apenas em algumas coisas, mas em tudo. Há dois ditados antigos que, com ironia, alertam: “esperteza demais come o dono” e “se malandro fosse esperto seria honesto - só por malandragem...”.

A lei do mais forte pode parecer atraente enquanto se é o mais forte - ou enquanto se pensa que se é o mais forte. Mas a nossa “fortaleza” é muito passageira. Rapidamente somos ultrapassados por outros - e aí começamos a achar todas as nossas derrotas injustas, todos os atos daqueles que nos derrotam errados - mesmo que sejam os mesmos que costumávamos praticar. São os famosos “dois pesos e duas medidas”, ou “o que vale para mim não deve valer para os outros”.

Por fim, uma pergunta: você é capaz de se lembrar do nome de pelo menos um dos muitos que se associaram para matar Jesus? Eles não são frequentemente lembrados porque foram derrotados quando não aceitaram os princípios morais contidos nos ensinamentos de Jesus e o assassinaram. Mas ao justo nem a morte faz calar. Porque ao viver de forma contrária à moral e à ética, o homem termina por comprovar as palavras do justo. Todas as mais poderosas civilizações que já existiram, se derrotaram quando desprezaram as leis morais e éticas.

A lei da força faz imperar a injustiça e nos torna desiguais. A força da lei justa nos torna iguais e nos protege. Sem princípios morais e éticos a vida humana se torna mais insegura do que a de qualquer outra espécie animal, pois a capacidade humana para causar o mal é muito maior do que de todos outros animais. É por isso que precisamos da Moral, da Ética e das leis justas: para vivermos com qualidade de vida.