Turbilhão e Vertigem
Me vejo vagando pelas sólidas sombras do meu pensamento, e agora tu fazes parte dele. Deves te admirar por serdes abençoado ou amaldiçoado com o fruto concebido pelas entranhas de meu cérebro, ó ominoso humano que és fado de meu infortúnio. Vede, pois, e entrais em meu mundo, um lugar ignoto donde os ventos uivantes pintam retratos cognicivos de nossos pensamentos unissonos e ao mesmo tempo silenciosos, vaga comigo então, se lhe apraz, assim não ficarei só e tu entenderas, pela força dos elementos, que sou tão humano quanto tu o és. Estende-me teus cinco dedos e beija-me a face, quero sentir teu hálito, antes que a morte nos leve consigo, para que eu possa saber de tua existência e tu saibas da minha. Já é o suficiente, pois turbilhões e vertigens nos entorpecem os sentidos e a mente, mas a lembrança, através da palavra permanecerá para sempre. As veredas são longas, estranhas e difíceis. A loucura seguirá por todo canto, e perderá no fim, porque estamos e somos todos vitimas da insanidade inata. Que teu perfume, criatura, se mescle ao meu, pois tudo é o Todo, e se acreditas na Verdade estás lendo porque assim tinha de ser. Talvez não poderei ver, sentir vossa face, mas sentirei tua alma, mesmo que esteja n'outro mundo.
DominiCke Obliterum