Turbilhão e Vertigem

Me vejo vagando pelas sólidas sombras do meu pensamento, e agora tu fazes parte dele. Deves te admirar por serdes abençoado ou amaldiçoado com o fruto concebido pelas entranhas de meu cérebro, ó ominoso humano que és fado de meu infortúnio. Vede, pois, e entrais em meu mundo, um lugar ignoto donde os ventos uivantes pintam retratos cognicivos de nossos pensamentos unissonos e ao mesmo tempo silenciosos, vaga comigo então, se lhe apraz, assim não ficarei só e tu entenderas, pela força dos elementos, que sou tão humano quanto tu o és. Estende-me teus cinco dedos e beija-me a face, quero sentir teu hálito, antes que a morte nos leve consigo, para que eu possa saber de tua existência e tu saibas da minha. Já é o suficiente, pois turbilhões e vertigens nos entorpecem os sentidos e a mente, mas a lembrança, através da palavra permanecerá para sempre. As veredas são longas, estranhas e difíceis. A loucura seguirá por todo canto, e perderá no fim, porque estamos e somos todos vitimas da insanidade inata. Que teu perfume, criatura, se mescle ao meu, pois tudo é o Todo, e se acreditas na Verdade estás lendo porque assim tinha de ser. Talvez não poderei ver, sentir vossa face, mas sentirei tua alma, mesmo que esteja n'outro mundo.

DominiCke Obliterum

DominiCke Obliterum
Enviado por DominiCke Obliterum em 10/06/2008
Reeditado em 10/06/2008
Código do texto: T1027998