ALÇANDO VÔO
Eliana Duarte
De um tempo para cá comecei a me sentir presa... algo ou alguma coisa estava me sufocando.
Um desejo enorme de voar... mas voar bem alto de forma que ninguém nunca iria me alcançar...
Então, um belo dia consegui a chave do meu alçapão, me libertei e comecei a voar bem alto...voei... voei... o tempo foi passando e percebi que estava
solta demais...
E me perguntei:
Que graça havia nisto?
Solta, liberta, sozinha... sem meu amor.
E comecei a desejar voltar a minha antiga moradia, lá eu tinha tudo, meu coração estava preenchido, é que na ânsia de alçar vôo eu não percebia que era lá meu o lugar, que o velho mundo nada ia
dar-me...
Então um belo dia voltei e a porta estava fechada... passei dias e dias tentando abri-la, quanta agonia, olhando-a de fora e sentindo saudade dos dias que ali vivera...
Depois de várias tentativas, no relento, um dia a porta se abriu e alguém me recebeu de braços abertos... reconciliamos-nos.
E meus olhos voltaram a brilhar, reencontrei a alegria de viver e nunca mais de lá quis sair.