“Eu vou a qualquer lugar, desde que seja em frente.” (David Livingstone)
David Livingstone foi um dos mais expressivos desbravadores que contribuiu para o que o conhecemos hoje como continente africano. Missionário britânico em pleno século XIX, devotou sua vida em prol do que acreditava como sua missão maior: levar ao mundo a importância e a perspectiva de um continente até então desconhecido. Seu espírito estóico e forte foi tal que nem a malária que o vitimou fatalmente conseguiu fazê-lo cair ao solo: foi encontrado morto de joelhos...
Desta ínfima biografia e deste pequeno aforismo, podemos perceber o quanto o espírito humano é capaz de realizar, não só para beneficio próprio –mas, sobretudo, pelo mundo ao seu redor.
Essa vivacidade, esse otimismo de sempre seguir mesmo nas mais duras provações – nos dá a real conjuntura de nossa força como indivíduos e até mesmo como sociedade. Seguir em frente, levar perspectivas a este “mundo global” requer compromisso com nossos ideais. E quais são eles hoje?
Linhas atrás escrevi “espírito estóico”. Estóico advém de Estoicismo, filosofia pós-socrática que visava tornar o homem insensível aos males físicos e morais, colocando-o em resignação diante da dor ou da adversidade, através da rigidez de princípios e austeridade.
Pois bem. Ter um espírito estóico pressupõe muito além da impassividade que este conceito nos impõe. Ser estóico, ou ter um espírito estóico reflete o que realmente devemos valorar em nossas vidas para que tenhamos perspectivas a levar...
Ser insensível aos males físicos e morais é impossível – senão seriamos outra coisa que não humanos. Contudo, a austeridade de caráter e de princípios devem ser cultivados.
Vivemos hoje num ambiente hostil. Não temos mais o apego aos nossos princípios. Vendemo-nos pelo prazer das conquistas materiais, alimentamos as guerras tal como aos chacais, deturpamos nossos valores em prol do comodismo...
Deveríamos ser como Livingstone: seguir sempre em frente. É difícil, pois até eu sei que a realidade pode ser um abismo da teoria. Entretanto, tenhamos coragem de dar o primeiro passo – comecemos pelas pequenas atitudes: elas que farão as maiores diferenças. Mude as perspectivas de seu “mundo”, acorde e atenha-se ao seu redor.
Se tivermos pelo menos a premissa de que pelas atitudes que tomamos somos responsáveis pela sociedade que construímos, saberíamos realmente o que a palavra liberdade significa.
Ad majora natus