Totalmente incontrolável

Se estivéssemos em uma nave em viagem pra longe de nossa terra,

pra longe de nosso Brasil, lá de cima contemplaríamos áreas verdes,

firmaríamos os olhos e veríamos num determinado ponto uma floresta,

mas uma floresta imensa, um verde simplesmente exuberante,

vislumbraríamos um rio simplesmente magnífico atravessando-a,

daria pra imaginar animais de várias espécies se deliciando de fartura,

se sentindo num paraíso totalmente deles, a harmonia ali impera

mesmo se a caça seja acirrada, mesmo que haja luta pela sobrevivência,

a vida ali é sempre inebriante, as leis da natureza ditando tuas normas,

as árvores e quantas majestosas, quantas centenárias ou até milenares,

flores espalhadas flores com várias cores de indescritíveis belezas,

quantos pequenos vegetais completamente entranhados na mata virgem,

quantidades dos vegetais medicinais, talvez curas pra muitas doenças,

constataríamos que ali tem vida e vida em abundância,

Na volta da nossa viagem, algum tempo depois,

lá em cima, esperançosos de naquele determinado ponto,

podermos inebriar-nos com o espetáculo verde, floresta encantadora,

não enxergaremos nada, quer dizer, veremos no lugar da floresta

um colossal campo com tocos de árvores à amostra,

as imponentes árvores milenares, centenárias já não estarão lá,

os vegetais rastejantes, nada! As lindíssimas flores, mortas,

as ervas medicinais, ricas em componentes de cura, extintas,

os animais, nem sinal deles, pois, impossível viver naquela devastação,

surpresos, completamente decepcionados, nós naquela nave,

alguns até chorando, por causa de tanto descaso com a natureza,

aqui em terra indagaremos o porque daquilo tudo, porque a devastação?

E o ministro do meio ambiente, fala: -- era preciso e o desmatamento, continua!...

E lá se vai o meu Brasil de riquezas, um dia talvez de pobrezas, sem belezas!...