COM-ESCREVER
MINHA LOUCA ALMA
(líricas de um evangelho insano)
Em que margens deixaste as tuas vestes?!
Em que boca se guardam
os teus desejos, os teus dentes?
Acaso não desconheces,
que a medida que usas para
teus julgamentos
é a mesma que primeiro te mede,
e te contém no invólucro dos ventos,
desde o fóssil do umbigo de teu tempo?!
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LOUCURA COMPARTILHADA
No fóssil do umbigo
de teu tempo
repousa casta
e intocada
a pedra fria
sobre a qual deitaram-se multidões
sem nunca terem sequer
tocado a superfície...
segredo inviolável
geratriz
espectro e figura
tudo que É mas não pode
ser mais do que vislumbre
profundeza e excrecência
o alfa e o ômega?...
simplesmente vida
em insondável mistério.
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Querida Lilian, encontro em suas palavras,
nestes evangelhos insanos, todo caos reconstruído em uma lucidez cujas palavras preenchem nossos vazios existenciais de uma insanidade sem gritos, repleta de
silêncios e docilidade, líquido denso preenchendo
as ranhuras da solidão e fazendo sentido além das aparências. E eu tento conversar com você ao com-escrever e sou uma leitora atenta das tuas águas profundas.